Homenagem da Jornalista Nízia Cerqueira

Geralmente, aplausos vêm no final, quando um grande espetáculo acaba. Mas tem espetáculos – e artistas – que merecem ser aplaudidos muito antes de subir ao palco, na batalha do dia a dia (da vida real), pois é nela que o espetáculo se constrói.

Fácil é ver a magia toda pronta, as caras e bocas coloridas e ressaltadas pela mais exuberante forma de se maquiar, aquela que escandaliza, exagera e provoca. Provoca o riso, exagera os traços e escandaliza pelo excesso. Esconde a verdadeira face de cada ator, mas não consegue camuflar a força intensa de suas expressões.

Difícil é imaginar o que vem antes dos cílios postiços, perucas e saltos altos, e de todo aquele deboche que nos faz acreditar que a vida dos membros da Trupe do Barulho é comédia o tempo inteiro. Ah, doce ilusão. Só eles têm a noção exata do quanto é difícil levar o espetáculo para o palco e trazer o público para o teatro. Esse senhor chamado público é exigente e imprevisível, cheio de caprichos. Atraí-lo é tarefa árdua e missão (quase) impossível.

Mas já se vão 20 anos. Vinte anos que sapatilhas e saltos enormes calçam os “pezinhos” dessas cinderelas, criadas e filhas da P..., que corpos masculinos dão vida a madames, mocinhas, princesas e vizinhas fofoqueiras, dessas que encontramos por aí. Não, não espere que sua mãe ou sua avó vá contar essa história. Corra, vá VER!

A todos os atores e demais profissionais que compõem a Trupe do Barulho, os nossos aplausos, não só pelos 20 anos de sucesso nos palcos, mas também pela batalha travada quando não estão em cima dele. Essa, sim, é que faz o espetáculo existir. E se a fantasia tem pernas para acompanhá-los, é bom ter pernas fortes (malhadinhas e com meias arrastão, claro!) para fazer desses 20 anos uma história...ETERNA!